Será que Dilma ainda sabe onde fica o seu gabinete?
Dilma Rousseff já deve ter esquecido o caminho que separa a casa do trabalho. Seu escritório agora é o pa©lanque. Sua agenda, a campanha.
No peito da ministra, não pulsa senão o coração da candidata. Ela se gruda ao cós de Lula. Sabe que, sozinha, talvez nem a sombra a seguiria.
Nesta segunda, Dilma e Lula participaram, no Rio, de mais um desses atos pseudoadministrativos que se tornaram rotineiros.
O pa©mício foi na favela da Rocinha. Os gritos da claque do morro cuidaram de desnudar a pantomima: “Rocinha presente, Dilmapresidente!”.
Lula, em discurso, deu conta do resto da empreitada. Espinafrou a imprensa, que fizera reparos à participação de Dilma numa inaguração ocorrida na véspera.
Em hora-extra de candidata, a ministra comparecera, em pleno domingo, à inaguração de um hospital erigido sem verbas de Brasília, na baixada fluminense.
E Lula: "A imprensa brasileira –por hábito ou desvio de comportamento— não gosta de falar de obra inaugurada. O que é bom, não presta, só serve desgraça".
Lula também desancou o desafeto Cesar Maia. Disse que o candidato do DEM ao Senado, quando prefeito do Rio, em vez de trabalhar, ficava “num blog falando mal da gente”.
O governador Sérgio Cabral (PMDB), que em 2002 apoiara José Serra contra Lula, mas que hoje só fala bem do presidente e da gente dele, completou o faz-de-conta administrativo.
Endossou as críticas a Maia. E vergastou o antecessor Anthony Garotinho (ex-PMDB, hoje PR), com quem disputa o governo do Estado e as atenções de Dilma.
De cambulhada, Cabral açoitou todo o clã “infantil”, incluindo a mulher e ex-governadora Rosinha e até a filha filha do casal, a vereadora Clarissa Garotinho.
“O presidente estava muito traumatizado com o Rio de Janeiro, ao ponto de filha de governadora, de governador ir ao hotel onde ele ficava só para organizar vaia para ele”, disse.
Noutra passagem do pa©lanque, Lula fustigou os preconceituosos: "É verdade que na Rocinha deve ter algum bandido...”
“...É verdade que deve ter algum algum bandido no Pavão-Pavãozinho e no Alemão. Mas quem disse que não tem bandido nos prédios chiques de Copacabana?"
Nesse ponto, é impossível negar razão a Lula. Quem vê o consórcio partidário que gravita em torno dele há de concluir: há mais bandidos em Brasília do que no morro.
Lula e Dilma entregam à comunidade da Rocinha apenas um pedaço das obras que o PAC levou à favela. Entre elas um complexo esportivo e um centro de judô.
Lula disse que, para que as pessoas sigam na trilha do bem, fora do crime, é preciso prover a elas oportunidades. Citou as áreas de esporte e lazer, além do trabalho.
Certo, muito certo, certíssimo. Pode ser uma saída também para o consórcio governista.
Quem sabe o presidente leva os deputados e senadores que apóiam o seu governo e o projeto Dilma-2010 pra bater uma bolinha na Rocinha.
Escrito por Josias de Souza às 17h46


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