Quinta-feira, Dezembro 17, 2009
Algo há
Está tudo muito exagerado na relação entre o PMDB e o presidente Lula. Não há correspondência entre os atos e a lógica dos fatos.
Desde a interminável reação magoada ao pedido de lista tríplice para um PMDB que não se ofende com nada e muito menos costuma enfrentar fontes substantivas de poder, até a crescente ofensiva de Ciro Gomes contra o partido.
Não que o deputado não tenha razão em suas contundentes críticas às práticas fisiológicas do PMDB e à "hegemonia" que paralisa os trabalhos da Câmara e "prejudica o País".
O discurso seria completo não fosse pelo fato de omitir que tudo ocorre em função das conveniências do Palácio do Planalto, a quem Ciro serviu como ministro, e para atender às exigências do presidente da República, a quem o deputado concedeu a prerrogativa de influir até na mudança de seu domicílio eleitoral e de seu destino político.
Trata-se, portanto, de um aliado que confere ao presidente Lula um grau alto de fidelidade. Sendo o PMDB o principal parceiro do presidente - dito como provável vice da candidata oficial - lícito supor que Ciro não atue com o objetivo de contrariá-lo.
E quando o deputado chama o PMDB de imoral está dizendo que o presidente está avalizando uma aliança cuja metade é composta por gente sem moral.
Em tese, tal atitude deveria desagradar ao presidente, que, no entanto, não dá menor sinal de desagrado. Esquisito.


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