
1. Os jornalistas políticos, ao analisar a crise político-moral no DF, apontaram para disputas internas no Democratas e seu debilitamento. Ocorreu coisa diferente, talvez por necessidade de defesa e reação. A unidade parlamentar do DEM se tornou siderúrgica e mesmo as naturais divergências na margem se transformaram em um consenso, quase unanimidade.
2. Do ponto de vista eleitoral, as sessões regionais do Democratas mergulharam na maximização de seus resultados locais e fecharam acordos nos últimos dez dias que ampliaram a expectativa de eleição de deputados para 70, com firme margem de segurança. No DF há um só deputado federal e com a forte sinalização dada ontem quanto aos fatos no DF, não há razão para não eleger pelo menos um, embora esse tenha ficado no cálculo geral, como margem de segurança.
3. Da mesma forma, a previsão que os fatos levariam a um fortalecimento da posição do PSDB e até a uma chapa 'sola' com o PSDB se mostrou equivocada. Por um lado, o debilitamento da oposição e o fortalecimento -relativo- do governo com os fatos, elimina a hipótese da candidatura de Aécio a vice-presidente. Por outro, dá mais folga ao DEM para reforçar suas posições regionais, deixando a questão da chapa presidencial de lado. No limite, isso coloca em risco até o tempo de TV para o candidato do PSDB, menos por decisão e mais por derivação residual.
4. A candidatura de Ciro Gomes é reforçada, pois se os problemas conjunturais da oposição chegarem à campanha eleitoral, o binômio com Dilma passa a ser um trinômio com Ciro. E o tema tão priorizado pelo eleitor -"ética na política"- que estava acomodado, volta com força total, com a comissão de frente liderada pela senadora Marina Silva. Certamente vai mudar de patamar, dos atuais 5% para pelo menos 10%. As pesquisas pós-carnaval mostrarão isso.
5. A percepção de que o atraso na decisão de Serra era apenas jogo de corpo para evitar desgaste, foi agora ampliada, com a possibilidade de -vis a vis- riscos muito maiores de derrota eleitoral, preferir a cômoda reeleição a governador. E a própria unidade PT-PMDB regionais sofre rasuras, na medida em que a questão ética gera -em vários estados, e o RJ é apenas um deles- a sensação de que é melhor o PT ir sozinho que mal acompanhado. Resumo da ópera: um recomeço para essa fase final e crítica da pré-campanha eleitoral.
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