Sem Ciro, Lula prefere Mercadante na disputa de SP
Fábio Pozzebom/ABrInformado pela direção do PSB de que Ciro Gomes não quer disputar o governo de São Paulo, Lula começa a virar a página.
O presidente discute, em privado, alternativas a Ciro. Entre todos os nomes disponíveis, Lula pende para o de Aloizio Mercadante.
Líder do PT no Senado, Mercadante declara, em público e entre quatro paredes, que prefere concorrer à reeleição. Natural.
Trocando a refrega pelo Senado pela briga estadual, Mercadante largaria o quase certo e se agarraria ao muito duvidoso.
No ringue do Senado, Mercadante está bem-posto. Sondagem do Datafolha divulgada no final do ano passado acomodou-o na liderança.
O instituto atribuiu ao líder petista 32% dos votos. Atrás dele vem Romeu Tuma (PTB), com 27%; e Orestes Quércia (PMDB), com 24%.
Na corrida estadual, Mercadante teria de encarar Geraldo Alckmin. O postulante do PSDB frequenta as pesquisas com ares de favorito.
Dependendo do cenário, Alckmin belisca índices de intenção de voto próximos ou superiores 50%.
Até por essa razão, Lula acha que o PT precisa comparecer às urnas com um quadro do seu primeiro escalão.
Apenas dois nomes se enquadram nesse perfil: além do de Mercadante, o da ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy. Lula diz preferir o primeiro.
O presidente repete privadamente um raciocínio que esgrimira em conversa com repórteres no final de 2009.
Acha que o petismo comete, em São Paulo, o “grave erro de não repetir candidato”. Atribui a esse suposto equívoco a hegemonia do tucanato no Estado.
Em 2006, Mercadante disputou o governo paulista. Ficou em segundo. Obteve coisa de 32% dos votos. Com 58%, o tucano José Serra prevaleceu no primeiro turno.
A presidenciável Dilma Rousseff está, por assim dizer, a pé em São Paulo. Daí a inquietação de Lula.
Por razões óbvias, o presidente considera essencial erguer um palanque competitivo para Dilma no maior colégio eleitoral do país.
Apostara em Ciro. Sem ele, afora Mercadante e Marta, há no PT um leque de nomes que oscilam nas pesquisas próximos ou abaixo dos 5%.
O principal deles, o deputado Antonio Palocci, foi convidado a integrar a coordenação da campanha de Dilma. E saiu de fininho do córner paulista.
Lula refuga os outros três nomes: Emidio de Souza, prefeito de Osasco; Fernando Haddad, ministro da Educação; e o senador Eduardo Suplicy.
Quanto a Haddad, Lula prefere que permaneça na Esplanada. Suplicy ainda não teve seu nome testado em pesquisas. Mas não dispõe do voto de Lula, o eleitor número um do PT.
Resta saber se, espremido por Lula, Mercadante vai trocar o quase certo pelo duvidoso. Como se sabe, o senador não costuma lidar bem com pressões do Planalto.
No auge da crise do Senado, anunciara uma renúncia “irrevogável” à liderança do PT. Ante um pedido de Lula, Mercadante revogou o "irrevogável".
Escrito por Josias de Souza às 04h40
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.