Lula volta à estrada, com Dilma a tiracolo
O Estado de S. Paulo - 04/02/2010 |
![]() Na primeira viagem de trabalho depois da crise de hipertensão que teve na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou um calor de 40 graus em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mas manteve o bom humor e avisou aos adversários que não vai parar de viajar. "Quem esperava que eu fosse ficar em Brasília pode tirar o cavalo da chuva. Vamos inaugurar tantas obras que tem gente que vai ficar doida. Pena que a Dilma não vai poder ir comigo, mas nós vamos, porque este país não pode mais parar", afirmou ele, em discurso na inauguração de um gasoduto da Petrobrás. Pouco antes, a ministra Dilma Rousseff havia dito, em resposta indireta ao governador José Serra, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "não é lançamento de pedra fundamental, como muitos dizem, ou inauguração de placa". O provável candidato do PSDB à Presidência criticou quem "inaugura pedra fundamental de escola técnica". O presidente estava à vontade, diante da plateia de operários que trabalharam na construção do gasoduto, e chegou a soltar um palavrão. Ao comentar que, em caso de uma crise energética, a prioridade do gás deve ser gerar energia elétrica para as residências e deixar de lado outras funções, como a de fazer funcionar piscinas, Lula afirmou: "Se tiver que utilizar em coisa mais nobre, toma banho de água gelada, porra." Os trabalhadores riram. Na transcrição oficial do discurso, divulgada no site do Palácio do Planalto, optou-se pela expressão "pô". Depois de ouvir vários discursos, sempre secando o suor com um lenço, Lula, sorridente, reclamou do calor, agravado por holofotes que iluminavam o palco. "Vocês não estão sentindo o que é o calor desses faroletes. Eu devia estar aqui parecendo um presidente, mas pareço um pintinho que caiu na poça", brincou. Ele próprio tomou a iniciativa de lembrar o problema de saúde e disse se "orgulhar" da pressão medida diariamente, de 11 por 7. Brincando, atribuiu o mal-estar às aflições de corintiano. "Tive problema de pressão esses dias. Esse negócio de ser corintiano é uma desgraça", declarou. Ele levou a plateia às gargalhadas em vários momentos, em especial quando reclamou da falta de ventilador e de água no salão montado pela estatal. "A Petrobrás está tão mão de vaca que eu vou denunciar você, Gabrielli, para o Tribunal de Contas da União", disse Lula ao presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. |
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