13/02/2010
Em SP, Serra chama manifestante de... ‘energúmeno’
Folha
A coisa aconteceu na cidade de Guararapes, no interior de São Paulo. Consta de notícia veiculada na Folha.
A coisa aconteceu na cidade de Guararapes, no interior de São Paulo. Consta de notícia veiculada na Folha.
O governador tucano José Serra discursava numa cerimônia de entrega de 57 ônibus escolares.
A certa altura, Serra pediu apoio aos prefeitos da região, para instalar hospitais preparados para atender portadores de deficiência física.
Um grupo de manifestantes do sindicato dos professores fazia barulho. Munidos de apitos, tentavam sufocar o discurso.
A certa altura, um dos integrantes da turma do apito pôs-se a dirigir impropérios a Serra. O presidenciável tucano abespinhou-se:
"Esse energúmeno é contra o atendimento dos cegos, é contra os deficientes físicos, é contra os ônibus escolares [...]. É contra tudo e todos".
A maior parte da platéia aplaudiu. Os manifestantes trocaram o silvo dos apitos pela vaia. Policiais trataram de retirar o “energúmeno” do local. Alegou-se que ele desacatara o governador.
Serra disse que estava na cidade a trabalho, não em “campanha”, como os manifestantes.
Antes do sururu de Guararapes, Serra estivera em São Luiz do Paraitinga, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas que infelicitam o Estado.
Entregara a moradores cheques de R$ 900. Dinheiro do programa Novo Começo. Um auxílio emergencial às famílias desabrigadas.
"Se depender de mim, ele será presidente", disse a dona de casa Alessandra Fernandes, uma das beneficiárias.
Campanha fora de época? Ex-ministro do TSE, o advogado Fernando Neves acha que não. Só haveria afronta à lei eleitoral, diz ele, Se houvesse pedido explícito de voto.
Como Serra não chegou a tanto, a coisa passa, no dizer do especialista, por "atividade de governo".
Então, tá! Mas não custa lembrar que os cheques poderiam chegar às mãos necessitadas por outras vias. Uma remessa bancária, por exemplo.
Aliás, não parece razoável supor que Serra vá entregar, um a um, os cheques destinados aos flagelados. Ele não teria tempo para mais nada.
Escrito por Josias de Souza às 07h17
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