Lula reabre ‘caso’ que Dilma e Lobão deram por findo
Alan Marques/Folha
O governo é muito desacreditado no governo, eis a verdade. O governo dispensa adversários. Complica-se sozinho.
O governo é muito desacreditado no governo, eis a verdade. O governo dispensa adversários. Complica-se sozinho.
Ao oferecer esclarecimentos ao país sobre o apagão, o ministro Lobão soara categórico. Três causas: ventos, chuvas e, sobretudo, raios.
A turma do Inpe o desdisse. Tempestade até que houve. Mas os raios foram fracos e caíram longe das linhas de transmissão.
Lobão não se deu por achado. Culpa do clima. E não se fala mais nisso. Dilma ecoou o colega: “O caso está encerrado”.
No vácuo de Dilma, Paulo Bernardo, o petista do Planejamento, disse coisa diversa: o governo ainda deve uma explicação “cabal”.
Nesta sexta-feira 13, Lula veio aos holofotes para reabrir o “caso” que, na véspera, fora “encerrado” por Lobão e Dilma.
Súbito, o país descobre que o governo conduz uma investigação sobre o caso. Lula disse que aguarda a conclusão do trabalho para opinar.
Excetuando-se a hipótese de sabotagem, na qual não acredita, o presidente abre o leque de possibilidades:
"Se foi sobrecarga de energia vinda de Itaipu, nós vamos ver. Se foi uma falha humana, nós vamos ver. Se foi um raio, nós vamos ver".
Lula queixa-se dos especialistas que pululam no noticiário do apagão. Chama-os de “achistas”. O diabo é que o “achismo” foi inaugurado pelos ministros dele.
"O que eu quero”, disse Lula, “é um resultado final, depois de uma apuração correta, para que a opinião pública brasileira fique sabendo o que aconteceu".
Boas falas. Convém apressar o passo. Uma verdade perde todo o encanto quando é descoberta por outra pessoa.
O governo precisa providenciar rapidamente uma verdade na qual o governo acredite.
Escrito por Josias de Souza às 18h06
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