Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

domingo, 22 de novembro de 2009

Boa crônica sobre a definição do candidato do PSDB


ANTECIPAÇÃO DA ESCOLHA TUCANA

                                                                         
  Samuel Celestino

      Atrasados no tempo, mas não nas pesquisas, os tucanos passaram a refletir sobre a necessidade de colocar o seu bloco na rua em janeiro e definir sua chapa, entre José Serra e Aécio Neves. Imaginam fazê-lo ainda no mês de dezembro através de um processo pacifista, sem turbulência, de modo que não quebre a harmonia do PSDB, já balançada com declarações oriundas do DEM, especialmente de César Maia. Querem se contrapor à candidatura escancarada de Dilma Rousseff que, ao contrário, está antecipada no tempo e atrasada nas pesquisas. É, no entanto, muito cedo para pensar-se a partir de consultas de opinião.

    O pensamento da cúpula tucana não casa com o que pensa Serra, cujo calendário pessoal aponta para uma decisão da chapa no mês de março, mas agrada Aécio que havia ameaçado abandonar a campanha sucessória e “ir cuidar de Minas, candidatando-se a senador”, caso o impasse não seja logo decidido. Aécio tem razão. O governador José Serra, líder incontestável das pesquisas, quer ser o senhor do seu tempo, mas não pode sê-lo do partido. Já Aécio vê desgaste na demora, fato que efetivamente acontece como se observou na declaração de César Maia que chamou o paulista de “caudilho”.

      Nada a ver. Caudilho não casa com Serra que, no seu estilo, não respondeu, até porque Maia costuma disparar declarações sem compromissos, mas dificultou para o DEM, cujo filho, o deputado Rodrigo Maia, é presidente. De outro modo, há um movimento estranho que agrada muitíssimo ao PT, de aproximação entre Ciro Gomes com Aécio, a ponto de o cearense dizer que se Aécio for candidato ele retira o seu nome, já lançado. Na verdade, Círo Gomes é uma espécie de “Cavalo de Tróia” do Palácio do Planalto e, segundo se propala nos bastidores, suas ações estão em acordo com o presidente Lula, que o quer disputando o governo de São Paulo, exatamente para atazanar a vida de Serra.


        Dilma está atrasada nas pesquisas. embora em campanha aberta, carregada por Lula para todas as viagens ao País e, agora, também ao exterior, no caso para fazê-la conhecida de chefes de Estados e familiarizá-la com a política e comportamentos internacionais. Mesmo atrasada, a ministra conseguiu subir, na última pesquisa conhecida, quatro pontos.

         Isso antes do apagão no qual ela se saiu muito mal em suas declarações e está no centro, queira-se ou não, dos ventos, tempestades. e trovões que, supostamente, apagaram Itaipu e 18 unidades federativas brasileiras, além do vizinho Paraguai. Dilma foi ministra de Minas e Energia no primeiro período de Lula e é tida como especialista em energia.

           José Serra parece estar isolado no seu desejo de procrastinar a decisão tucana. A antecipação para janeiro, com definição do nome em dezembro ganha corpo. Não se sebe, no entanto, de que forma proceder a escolha entre os dois. A cúpula tucana, a começar pelo presidente-executivo, Sérgio Guerra, e o presidente de honra, Fernando Henrique Cardoso é favorável. Aliás, na sucessão passada Serra também se demorou.  Foi sua sorte porque Lula era imbatível. Ele foi atropelado por Geraldo Alckmin que conseguiu o feito de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro.

         O PSDB, em silêncio, tem tratado da definição do candidato e chamado dirigentes partidários dos Estados a Brasília. Eles têm se manifestado favoravelmente a uma rápida decisão e até demonstrado preocupação com a demora. As resistências são contadas em dois Estados: aqui na Bahia e, naturalmente, em São Paulo. Em relação ao Estado de Serra não é preciso explicar. Aqui, deve-se à influência do deputado Jutahy Magalhães Jr. no PSDB. Ele é um dos articuladores de José Serra e tido como provável ministro se o governador paulista chegar à Presidência da República.

        Aliás, Jutahy articula mais no plano nacional do que na Bahia, até porque mora em Brasília e volta e meia está em S. Paulo. Enfim, são 25 diretórios a favor da definição em dezembro e dois contrários.

         Serra deverá acabar endossando a tese do calendário para janeiro porque se observa um movimento nítido e crescente favorável a Aécio que encontra campo fértil no DEM, mas, de igual modo, se espraia pelos tucanos. A virada ainda não aconteceu em razão das pesquisas que apontam o governador de S.Paulo como o candidato favorito da sucessão, ponteando, por ora, todas as pesquisas, enquanto Aécio embola com Dilma e somente numa consulta conseguiu ultrapassá-la, colocando um ponto à frente e estabelecendo um empate técnico. Essa tendência crescente talvez seja conseqüência do estilo do governador mineiro, mais leve do que o paulista. Ambos são bons administradores em seus Estados, mas Aécio desperta uma simpatia que lembra Juscelino.

        Assim, o PSDB tem um abacaxi para descascar. Serão necessários bons operadores de modo que a cirurgia de escolha seja indolor. Aliás, esta história de simpatia foi contestada por Lula aqui em Salvador, ao dizer que, no quesito simpatia, Dilma bate Serra. De fato, ele não é simpático. É, porém, mais gentil no trato, menos prepotente e arrogante, principalmente com a mídia. Já a ministra perde as estribeiras e seu comportamento é anotado pela mídia.


          Os jornalistas não se sentem à vontade em entrevistá-la, diferentemente de Lula que, além de cordato e simpático tem um perfil brincalhão. Já Dilma Rousseff parece ser uma dissidente do mundo. Suas respostas são sempre desnecessariamente duras e imperiais. Péssimo estilo para uma candidata. Se é assim nessa condição, imagina-se se chegar à Presidência da República.

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