PSDB prepara anúncio de seu candidato para janeiro
Divulgação
Nome mais forte do PSDB na sucessão presidencial, José Serra programou para março de 2010 o anúncio de sua candidatura.
Nome mais forte do PSDB na sucessão presidencial, José Serra programou para março de 2010 o anúncio de sua candidatura.
A depender da cúpula do tucanato, Serra terá de rever a data. A direção do PSDB trabalha com outro calendário.
Decidiu levar o nome de seu candidato à vitrine em janeiro. Antes, até o final de dezembro, pretende-se promover a conciliação entre Serra e Aécio Neves.
A agenda do tucanato aproxima-se da vontade de Aécio, que cobra uma definição até o final do ano.
A intenção de pisar no acelerador foi repassada a Serra pela vice-presidente nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS).
Compartilham da pressa o presidente executivo e o presidente de honra da legenda –Sérgio Guerra e Fernando Henrique Cardoso, respectivamente.
Para desassossego de Serra, descobriu-se nesta quarta (18) que o corre-corre espraiou-se pelos diretórios estaduais do PSDB.
Chamados a Brasília, os dirigentes do partido nos Estados mostraram-se inquietos com a demora.
Dos 27 diretórios, só dois –São Paulo e Bahia—concordaram com o calendário elástico de Serra. Todos os demais querem apertar o passo.
Na prática, disseminou-se no PSDB o mesmo sentimento que toma conta do aliado DEM, também irritado com a desconversa de Serra.
A diferença é que a irritação dos ‘demos’ já havia ganhado os jornais. Vocalizaram-na o presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), e o pai dele, o ex-prefeito Cesar Maia.
No PSDB, a divergência vinha sendo ruminada em segredo. O silêncio começou a ser quebrado, porém, pelos tucanos que dirigem a legenda nos Estados.
Se mal administrado, o barulho tende a converter-se em algaravia, já que Sérgio Guerra decidiu repetir o encontro com os presidentes dos diretórios uma vez por mês.
Curiosamente, agora é o DEM que leva a mão aos panos quentes. A nata da tribo reuniu-se em Brasília, também nesta quarta (18).
Deu-se na residência oficial do governador ‘demo’ do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Na reunião, privilegiou-se o consenso em detrimento do dissenso.
Qual é o consenso? O DEM vai coligar-se com o PSDB, seja qual for a decisão do tucanato quanto ao nome do candidato.
E quanto ao dissenso? Antes, os ‘demos’ tratavam a disputa entre Serra e Aécio como assunto da economia doméstica do PSDB.
A preferência por Serra era nítida, cristalina. Consequência natural da parceria que levou, em 2008, à reeleição de Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo.
Hoje, um pedaço da legenda -Rodrigo e Cesar Maia à frente- já não esconde a predileção por Aécio.
Para não jogar gasolina na fogueira, Cesar Maia, que há dois dias pespegou em Serra o adjetivo de “caudilho”, não deu as caras na reunião promovida por Arruda.
Rodrigo Maia compareceu. Mas manteve a boca a uma distância regulamentar do trombone. Em privado, diz que já falou o bastante.
José Serra desembarcou em Brasília na madrugada desta quinta (19). Vai encontrar na cidade uma atmosfera política adversa.
A maioria do PSDB avalia que Serra, mais bem-posto nas pesquisas, deve ser o escolhido. Mas são poucas, pouquíssimas as vozes que admitem esperar até março.
São duas as razões principais. A primeira é a desenvoltura da candidata rival, Dilma Rousseff, do PT, na passarela desde o ano passado.
A segunda é a compreensão de que Serra não pode prevalecer sobre Aécio passando a impressão de que o derrotou.
Formou-se um sólido consenso no PSDB: sem Minas, São Paulo não chega a Brasília. E vice-versa. Daí, também, a conclusão de que convém prestigiar o calendário de Aécio.
Escrito por Josias de Souza às 04h39
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.