BB e Petrobras financiam revista da CUT ‘pró-Dilma’
A pedido do comitê de José Serra, o ministro Joelson Dias, do TSE, determinou que fosse interrompida a distribuição de uma publicação da CUT.
Chama-se ‘Revista do Brasil’. Com tiragem de 360 mil exemplares, leva às páginas de seu último exemplar uma edição pró-Dilma Rousseff.
O ministro escorou sua decisão na Lei Eleitoral, que proíbe entidades sindicais de borrifar recursos em campanhas eleitorais.
Em notícia veiculada na Folha, o repórter Silvio Navarro informa que a revista vetada pelo TSE foi custeada por anúncios de duas estatais: Banco do Brasil e Petrobras.
Ouvido, o BB maniofestou-se assim: "Os critérios para veiculação de anúncios estão ancorados no relacionamento com os públicos da revista". E a Petrobras:
"A veiculação de anúncios na ‘Revista do Brasil’ possibilita à companhia divulgar suas ações para um público formador de opinião dos principais sindicatos de todo o país".
O casa bancária do governo e a petroleira estatal esquivaram-se de informar quanto injetaram na revista.
A decisão da Justiça Eleitoral resutou inócua. Responsável pela revista, Paulo Salvador informou que todos os exemplares já foram distribuídos.
O conteúdo da publicação tampouco foi retirado da web. A versão eletrônica da ‘Revista do Brasil’ continuava disponível na madrugada desta terça (19).
Na capa, foto da pupila de Lula. Na versão impressa, o título: "A vez de Dilma - o país está bem perto de seguir mudando para melhor".
Há também foto de Dilma cumprimentando Marina Silva, num evento com Lula. Mais: um texto sobre a derrota dos desafetos de Lula no Senado, a "velha guarda".
Num instante em que viceja nas manchetes a polêmica do aborto, a 'reportagem' principal traz declarações de um religioso.
Bispo de Jales (SP), dom Demétrio Valentini é citado em declarações que enaltecem Lula e recordam que Dilma é a candidata dele.
Paulo Salvador, o responsável pela revista, tachou de “absurda” a decisão do ministro do TSE. Chamou-a de “censura do Serra”.
Disse que a notícia tida como favorável à campanha de Dilma “é coerente com as 52 edições [da revista]”. Aditou: “Aliás, a matéria é considerada bem light".
Ele diz que a revista "não é da CUT". Como assim? "Podemos dizer que temos afinidades." Os anunciantes, declarou, são mais "públicos do que privados".
A ‘Revista do Brasil’, cujo responsável diz não ser da CUT, é produzida pela Editora Gráfica Atitude.
Uma logomarca administrada, em sistema de Rodízio, pelos presidentes de dois sindicatos: o dos metalúrgicos e o dos bancários.
Compõem o "conselho diretivo" da revista dirigentes da CUT e filiados do PT.
Entre eles Artur Henrique, atual presidente da CUT, e Maria Izabel Noronha, a Bebel, sindicalista que que comandou a greve de professores contra Serra.
Como se vê, são mesmo grandes as “afinidades”.
Escrito por Josias de Souza
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