Amaury: voluntários do PT-SP vazaram dados fiscais
Veio à luz o teor do último depoimento prestado à Polícia Federal pelo ‘repórter’ Amaury Ribeiro Jr., pivô do Fiscogate.
Inquirido na segunda (25), Amaury disse que o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP) infiltrou dois “voluntários” no comitê de campanha de Dilma Rousseff.
Integravam o que o ‘jornalista’ chamou de “o grupo do PT paulista”. Em depoimento anteriror, Amaury acusara Rui Falcão informações de seu laptop.
No novo depoimento, informa a Folha nesta quarta (27), o repórter atribui aos dois “militantes ligados ao PT” o vazamento dos dados sigilosos.
Em junho, o repórter Leonardo Souza noticiou que informações fiscais do dirigentes tucano Eduardo Jorge viraram recheio de dossiê manuseado no comitê de Dilma.
Depois, em notícia veiculada por ‘Veja’, revelou-se que circulava no comitê petista um papelório chamado “Dossiê Caribe”. Coisa de 40 folhas.
Esse “documento” trazia informações fiscais de todos os parentes, amigos e correligionários de Serra que tiveram o sigilo violado na Receita.
Tomado pelo depoimento, Amaury revelou-se informado sobre a atmosfera envenanada que conspurcava o comitê de Dilma na fase de pré-campanha.
Nessa fase, Amaury foi convidado pelo amigo Luiz Lanzetta para integrar um grupo de “inteligência” da campanha de Dilma.
Lanzetta e Falcão, segundo a versão do ‘repórter’ não se bicavam. Disputavam o controle e as verbas da área de comunicação do comitê.
Rui Falcão não quis se manifestar sobre as novas declarações de Amaury. Alegou que já havia se manifestado sobre o caso.
No início da semana, o deputado petista negara a acusação de que furtou dados do computador do ‘repórter’ num flat de Brasília.
Curiosamente, PF não esboçou interesse pelo pedaço do depoimento de Amaury que empurra o caso para os arredores do petismo.
O ‘repórter’ não foi inquirido, por exemplo, sobre os nomes dos dois “militantes ligados ao PT” a quem atribui o vazamento de dados da campanha.
A polícia parecia mais interessada em esmiuçar a origem da quebra dos sigilos fiscais, feita por encomenda de Amaury em outubro de 2009.
O problema é que Amaury optou pelo silêncio quando questionado sobre essa fase da encrenca.
A PF quis saber a serviço de quem Amaury esquadrinhava a rotina fiscal de pessoas ligada a Serra. Silêncio.
Quem pagou as despesas com as viagens de Brasília a São Paulo e com a compra de documentos? Nada.
Lula, o PT e a própria PF sustentam a tese de que os sigilos foram quebrados no contexto de uma disputa tucana: Aécio Neves X José Serra.
O diabo é que a investigação só avança na direção que não parece interessar à PF.
Escrito por Josias de Souza
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