Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

domingo, 2 de maio de 2010

Lições de um verdadeiro estadista


FHC: ‘É tempo de PT e PSDB reavaliarem diferenças’

Em artigo, ex-presidente  insinua que PT  faz  ‘demagogia’
Sugere que Dilma e não Serra traz  o risco de  ‘retrocesso’
Propõe que líderes políticos tenham ‘grandeza’ na eleição

El Roto/El Pais

Em artigo veiculado em vários jornais do país, neste domingo (2), Fernando Henrique Cardoso volta a tratar da sucessão presidencial de 2010. Anota que “o embate entre PSDB e PT já dura 17 anos”. E acrescenta: “É tempo de reavaliar as diferenças e críticas recíprocas”.

FHC insinua no texto que Lula e o petismo recorrem à demagogia como tática eleitoral. Sem citar nomes de candidatos, sugere que é Dilma Rousseff quem representa o risco de retrocesso, não José Serra.

“Época de campanha eleitoral é propícia à demagogia”, escreve o ex-presidente da República. “Pode servir também para a construção de um país melhor se os líderes políticos tiverem grandeza”.

FHC recorda que PSDB e PT digladiam-se pelo poder “desde o governo Itamar, quando iniciamos o Plano Real”. A propósito, o ex-ministro da Fazenda de Itamar lembra que “os mais destacados economistas do PT” foram contra.

Cita Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante. Diz que eles “martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira”. Mais: “Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional”.

Para FHC, “a mesma cegueira” impediu que seus opositores enxergassem méritos nos programas de saneamento bancários baixado em sua gestão. Menciona o Proer e o Proes –o primeiro, voltado para as casas bancárias privadas. O segundo, aos bancos estatais.

FHC faz referência também à Lei de Responsabilidade Fiscal. Anota que, quando a editou, foi “duramente criticada pelo PT”. Hoje, escreve FHC, a lei “é indiscutida, embora nem sempre aplicada com o rigor necessário”. Enxerga no silêncio o “amadurecimento do país”.

O antecessor de Lula diz que as inovações econômicas adotadas em sua administração são, hoje, “patrimônio comum”. Entre elas “o sistema de metas para controlar a inflação” e “o câmbio flutuante”. Ferramentas que resultaram de “penoso aprendizado”.

Na área social, FHC insinua, de novo, que Lula não fez senão dar sequência a políticas que ele iniciara. Cita: “Aumentos reais do salário mínimo, desde 1993; implementação, a partir de 1997 das regras ditadas pela Lei Orgânica de Assistência Social...”

“[...]... Por fim, as bolsas que, com nomes variáveis, vêm sendo utilizadas com êxito desde o ano 2000”. Como que decidido a inserir o seu nome na certidão de nascimento da política social em vigor, FHC anota:

“Esses programas, independentemente de que governo os tenha iniciado ou melhorado, tiveram o apoio de todos os partidos e da sociedade”. Depois de realçar as semelhanças, FHC pôs-se a destacar as diferenças que separam o seu período da era Lula.

Escreve que, “sob pretexto de combater o neoliberalismo”, recorre-se agora à “idolatria ao ‘capitalismo de Estado’”. Vê prosperar sob Lula um certo “horror à forma liberal de capitalismo e à competição”.

“Prefere-se substituir as empresas por repartições públicas e manter por trás delas um partido”. Tenta-se repetir no Brasil, segundo FHC, o mesmo que fizeram “os partidos totalitários na Europa, os populistas na América Latina e as ditaduras militares”.

FHC tenta retirar do seu peito a marca de “neoliberal” que seus rivais grudam nele.  “Na prática, o neoliberalismo nunca prevaleceu no Brasil”. E quanto às privatizações? FHC as defende. Mas retira de sua cabeça a coroa de rei do processo. Escreve que a “maré” coisa começou bem antes.

Foi “iniciada no governo Sarney (empresas siderúrgicas médias), prosseguida com Collor e Itamar (Embraer e a simbólica Siderúrgica Nacional).” Prosseguiu “em meu governo (telecomunicações, Rede Ferroviária Federal e Vale do Rio Doce)”.

O resultado, segundo FHC, foi que “passaram a crescer [as empresas] e o Tesouro a receber impostos em quantidade maior do que os dividendos” das ex-estatais. Quanto à Petrobras, ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica, escreve FHC, nenhum governo “jamais” cogitou privatizá-las.

Deu-se, segundo ele, o oposto. Sob sua gestão, foram “dotadas da liberdade necessária para agirem como empresas”, sem ingerência política. Na sequência do artigo, FHC lança uma questão que traduziria o que está em jogo em 2010:

“Prosseguiremos nesta trilha, mantendo as agências regulatórias com a independência necessária para velarem pelos interesses do investidor e do consumidor, ou regrediremos?

FHC fustiga Lula, autor da tese da eleição plebiscitária. Diz que seu sucessor “se envaidece” “de que o BB ou a Petrobras atuem como global players”. Escreve que, embora o critique, Lula “não retrocedeu em qualquer privatização”.

Mais: mimetizou práticas que, antes, tachava de neoliberais: “Começou a fazer concessões das rodovias, cogita fazer o mesmo com os terminais aéreos, chega a simular um leilão para a concessão de Belo Monte, com o cuidado de dar (pra inglês ver, é verdade) a maioria do controle a empresas privadas”.

Se é assim, pergunta FHC, “por que não deixar de lado a ideologia e o uso da pecha de neoliberal para desqualificar os avanços obtidos dos quais é usufruidor?” Acha que o debate eleitoral deve “concentrar-se” na “preparação do país para enfrentar o mundo atual, que é da inovação e do conhecimento”.

No último parágrafo, a derradeira pergunta. E, embutida nela, a insinuação de que Dilma é o verdadeiro risco de volta ao passado, não Serra: “Queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com uma burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupção, ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?”

- Serviço: Pressionando aqui, você chega à íntegra do artigo de FHC, veiculado no sítio da Zero Hora, que antecipa no sábado a edição de domingo.
Escrito por Josias de Souza 


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