Apaziguador de Temer, Padilha defende neutralidade do PMDB contra oposição a Dilma
Sebastião Ribeiro
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre
Em Porto Alegre
A 15 dias da convenção que deve sacramentar a aliança com o PT de Dilma Rousseff, o PMDB, que indicou seu presidente Michel Temer para a vaga de vice na chapa, luta para apaziguar os ânimos onde há focos de resistência. Negociar a neutralidade em locais onde os peemedebistas rejeitam a petista é uma das saídas estudadas, diz um dos destacados para as negociações internas, deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS), presidente da Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido.
Segundo Padilha, em 13 dos 27 Estados brasileiros os diretórios têm disputas com o PT. “Eu recebi do presidente Michel Temer a missão de tentar apaziguar internamente o partido nesses 13 Estados onde a relação com PMDB e PT não é a boa. E a maioria deles ainda pode apoiar a Dilma”, afirma.
Segundo ele, a possibilidade de neutralidade em alguns desses pontos de conflito é uma solução ainda em debate no partido, mas que não foi apresentada ao PT. O parlamentar também acrescentou que em pelo menos quatro Estados o apoio dos diretórios a Dilma é inviável: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Acre e Pernambuco. No entanto, o partido se encaminha para uma solução que não envolva punição aos dissidentes internos.
“Temos de ver como conciliar para que PMDB não sofra uma ruptura interna que seja radical. Não é da história do PMDB radicalizar. O desejo do Michel (Temer) é o seguinte: ter os 27 diretórios presentes (na convenção de 12 de junho) e todos contentes. Acho possível, mas não tenho sonho que todos vão apoiar a candidatura, isso é da tradição do PMDB”, diz Padilha.
Plano de governo
Plano de governo
Na última quarta-feira (26), a Fundação Ulysses Guimarães apresentou a proposta de plano de governo do partido. O documento, em discussão desde abril do ano passado, deve nortear as posições do partido nos próximos anos, além de ser apresentado ao PT na próxima semana. Entre as ideias defendidas, estão a autonomia do Banco Central e a contenção dos gastos públicos.
A proposta é deixar a elevação da despesa sempre dois pontos percentuais abaixo da alta do PIB (Produto Interno Bruto). “Temos de aumentar a poupança interna para financiar a infraestrutura, com contenção dos gastos públicos ao nível de 2% abaixo do PIB. Ou seja, se o PIB crescer 5%, os gastos devem crescer só 3%”, afirma Padilha.
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