Pesquisa faz PSDB voltar à carga para Aécio ser vice
Gilberto Taday/Folha
A semana política começa sob o impacto da última pesquisa Datafolha.
A semana política começa sob o impacto da última pesquisa Datafolha.
A sondagem revelou que Dilma Rousseff, em ascensão, empatou com José Serra em 37%.
Divulgado na madrugada de sábado (22), o resultado chegou a Dilma Rousseff, em Nova York, na manhã do mesmo dia.
A repórter Ana Flor conta, na Folha, que a candidata de Lula reagiu evocando o brocardo segundo o qual “caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém”.
Dilma disse que comentar pesquisas não traz boa sorte: "Nessas horas é bom ser mineira... Caldo de galinha nunca é demais".
De alma leve, a presidenciável petê desperdiçou o tempo livre de que dispõe desde a tarde de sexta (21) entre restaurantes refinados, logradouros famosos e lojas.
Quanto ao PSDB de José Serra, recebeu os dados da pesquisa como uma “luz amarela”, conta, também na Folha, a repórter Catia Seabra.
Os operadores do comitê de Serra devem se reunir nesta segunda (24). Planejam “redesenhar” a campanha, intensificando-a.
De resto, voltarão a fazer pressão sobre Aécio Neves. O ex-governador tucano de Minas retorna nesta terça (25) de uma viagem de 25 dias ao estrangeiro.
Ao desembarcar, sofrerá uma investida. O tucanato voltará a dirigir-lhe apelos para que aceite ser candidato a vice-presidente na chapa de Serra.
Debruçado sobre a máquina de calcular, o QG de Serra estima que a incorporação de Aécio à caravana agregaria pelo menos 2 milhões de votos ao cesto de Serra.
Enquanto esteve fora do país, Aécio andou trocando telefonemas com amigos no Brasil. Um dos interlocutores interpretou-o como se já admitisse ser o vice.
Pelo sim, pelo não, o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), decidiu congelar as negociações em torno da segunda vaga na chapa de Serra até a volta de Aécio.
O DEM considera-se "dono" da vice. Concorda em “abrir mão” do posto desde que Aécio o aceite.
Antes da pesquisa indigesta, o PSDB cogitara entregar o posto a um primo de Aécio, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Depois do Datafolha, também o tucanato voltou a se concentrar em Aécio. Um episódio ajudou a tisnar a opção Dornelles.
Na votação do projeto conhecido como “ficha limpa”, Dornelles apresentou emenda que suscitou dúvidas.
Muitos consideraram que a mudança suavizou o texto, em benefício dos “fichas sujas”.
Há, porém, um problema: a mesma pesquisa que inspira os movimentos do PSDB em direção a Aécio serve de desestímulo para o grão-duque do tucanato mineiro.
Dono de alta popularidade em Minas, Aécio talvez não se anime a trocar o praticamente certo –a eleição para o Senado— pelo duvidoso –a companhia de Serra.
Escrito por Josias de Souza
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