Serra e Dilma sem palanques definidos
Como em outros estados, é quase certa a formação de palanques “mistos” e múltiplos para os dois presidenciáveis que lideram as pesquisas ao Palácio do Planalto
Rodrigo Mendes de Almeida
Redação Jornal da Comunidade
As negociações de alianças e formação de palanque para os principais candidatos à presidência no DF, estão chegando à reta final. Duas candidaturas já definidas, de Agnelo Queiroz pelo PT e Joaquim Roriz pelo PSC, tendem a polarizar a disputa. Porém, ainda há negociações em curso, seja para uma “terceira via”, seja para adesões a uma das duas candidaturas. PSDB, DEM, PPS e PMDB, entre outros, ainda estão debatendo para onde vão.
Segundo o secretário-geral do PSDB no DF, Antônio Barbosa, a aliança nacional que já está consolidada é entre tucanos, democratas e PPS. O PSC já fechou nacionalmente com José Serra, mas vive situação indefinida. O partido tem uma pré-candidatura muito forte com Roriz, líder em todas as pesquisas e que tem apoio formalizado de outros cinco partidos: PR, PSDC, PRTB, PT do B e PMN. Porém, uma parte do PSDB não vê com bons olhos uma aliança com ele. Mais especificamente, a direção nacional do partido, que entende que ter Roriz na cabeça de chapa do único palanque de Serra no DF traria mais ônus do que vantagens.
Barbosa explicou que o diretório regional havia chegado à definição de lançar candidato próprio do PSDB ao GDF, e estava entre dois nomes: Maria de Lourdes Abadia e Maurício Correia. Abadia foi vice de Joaquim Roriz e tem mais chances, segundo explicou o dirigente regional, de ser a candidata. Porém, durante a semana, os caciques regionais da sigla foram aumentando as especulações em torno da participação tucana na chamada “terceira via”, articulação de partidos que pretende se colocar como alternativa à polarização azuis x vermelhos. Mas esses planos foram para o ralo quando a direção nacional do partido negou essa possibilidade.
Já o DEM vive disputa interna. Uma ala quer candidatura própria, com o deputado federal Alberto Fraga. Outra pretende reeleger Adelmir Santana, presidente regional da sigla, como senador, e para isso precisaria de uma candidatura majoritária forte como a de Roriz. No caso de se consolidar a aliança com o ex-governador, essas duas alas disputariam uma das vagas da chapa ao Senado, já que a outra seria do PSDB e a de vice já está entregue a Jofran Frejat (PR).
Dilma Rousseff terá como palanque principal o do petista Agnelo Queiroz
Fotos: Wilson Dias/ABrJosé Serra pode ter até três palanques de governador em Brasília
Partidos ensaiam candidaturas próprias
Segundo o presidente regional do PSC, Valério Neves Campos, o melhor cenário para eles é de uma candidatura única do campo dos partidos que apoiam José Serra, mas que a possibilidade de Joaquim Roriz não estar na cabeça de chapa é “zero”. Ele garante que é possível uma composição que comporte PR, PSDB e DEM, sendo que esses dois últimos partidos teriam que se contentar mesmo com a disputa pelo Senado.
O mais provável é que a maioria dos grandes partidos que ainda debatem suas alianças em potencial lancem candidatos próprios, para terem mais força na hora das negociações. Foi o caso do DEM, onde o deputado federal Alberto Fraga se lançou como pré-candidato do partido. Em comunicado à imprensa, ele afirmou que “o que não posso aceitar é que Brasília não tenha um palanque para José Serra”.
Em três palanques diferentes
Roriz é pré-candidato há muito tempo. Chegou a ser condenado pela Justiça Eleitoral por ter anunciado ano passado, ainda no PMDB, que seria candidato, o que é crime eleitoral. Como o PSC, seu atual partido, já está fechado para apoiar Serra na eleição nacional, isso abre a possibilidade, agora mais remota, de Serra estar em três palanques em Brasília: Roriz, o candidato do DEM e o do PSDB. Esse cenário, segundo o senador Adelmir Santana, é o pior de todos. Antônio Barbosa também admite que o partido vislumbra essa possibilidade, mas que ela não é a mais favorável.
Ainda indefinidas estão também as situações de PPS e PMDB. Há especulações em torno do lançamento de uma candidatura “alternativa” à polarização entre Agnelo e Roriz. Um dos possíveis candidatos é Filippelli, deputado federal, presidente regional do PMDB e principal articulador da vitória de Rogério Rosso nas eleições indiretas para governador.
PPS e PMDB chegaram a ensaiar uma aproximação. Um dos indícios dessa movimentação foi o fato de Rosso ter convidado Alírio Neto, deputado distrital pelo PPS, para ser líder do governo na Câmara Legislativa. Após muitas negociações, o PPS acabou decidindo não aceitar a tarefa. Eventualmente, o posto foi entregue a Aguinaldo de Jesus, do PRB.
O PR, partido do vice-presidente da República, José Alencar, já está definido, pelo menos parcialmente. Em reunião da direção regional do partido essa semana, foi sacramentado que Jofran Frejat será vice na chapa de Joaquim Roriz. No nível nacional, o comprometimento com a pré-candidatura de Dilma Rousseff já está praticamente definido. Porém, segundo o presidente regional da sigla, Izalci Lucas, há problemas graves com o partido no DF. O PT se recusou a apoiar Wilson Lima, que foi governador-tampão depois da queda de José Roberto Arruda. O PR chegou a oferecer a vice na chapa de Lima para a eleição indireta, mas o partido de Lula preferiu manter candidatura própria e, em um eventual segundo turno, já havia definido apoio a Rogério Rosso.
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