Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

sábado, 16 de outubro de 2010

Lulla, mau exemplo para o Brasil

Acertando contas

Merval Pereira 
O Globo - 15/10/2010


Já escrevi aqui diversas vezes que considero que o governo Lula promoveu um retrocesso institucional no país que talvez seja a verdadeira herança maldita que legará a seu sucessor. 
A esterilização da política, com a cooptação dos partidos políticos para formar uma base parlamentar à custa de troca de favores e empregos; o mesmo processo de neutralização dos movimentos sociais e sindicais com financiamentos generosos. 

Em consequência, o aparelhamento da máquina estatal, dominada pelo PT e alguns partidos aliados; a leniência com os companheiros que transgrediram a lei em diversas ocasiões, todos perdoados e devidamente protegidos. 

Por fim, a própria postura do presidente Lula durante a campanha eleitoral, desprezando a legislação e menosprezando as advertências e multas do Tribunal Superior Eleitoral como se elas não tivessem significado. 

Tudo isso levou o país a ficar anestesiado durante esses oito anos, num processo de centralização da liderança carismática de Lula que continua predominando na campanha eleitoral. 

O quadro estava montado para que a campanha transcorresse de maneira anódina e sem debates, com a automática transferência de votos de Lula para a homologação da vitória no primeiro turno de sua "laranja" eleitoral, a candidata Dilma Rousseff que, segundo definição do próprio Lula, aparece na máquina de votar porque ele está impossibilitado de concorrer à Presidência da República pela terceira vez consecutiva. 

Nas últimas semanas, dando a fatura por liquidada, o presidente Lula resolveu "acertar umas contas" com adversários escolhidos, segundo revelou a assessores próximos. 

E lá se foi ele pelo país a falar mal da imprensa e fazendo campanha contra candidatos específicos: alguns, como os senadores Marco Maciel, do DEM de Pernambuco, Heráclito Fortes, do DEM do Piauí, ou Arthur Virgílio, do PSDB do Amazonas, conseguiu derrotar. 

Outros, não. Exortou o eleitorado a "extirpar" o Democratas em Santa Catarina e o partido elegeu o governador e os dois senadores da oposição. 

Tentou evitar a reeleição de Agripino Maia para o Senado no Rio Grande do Norte, e o DEM não apenas o elegeu como também a governadora Rosalba Ciarlini. 

Deve-se a esse "acerto de contas" do presidente boa parte do clima que levou inesperadamente a eleição para o segundo turno. 

A figura do presidente raivoso e rancoroso, a buscar vingança de inimigos que deveriam ser meros adversários políticos, politizou uma campanha morna e fez surgir a dúvida entre parcela de eleitores, juntamente com questões específicas como as recorrentes denúncias de corrupção no governo, com o caso de Erenice Guerra no Gabinete Civil se destacando, e o debate religioso sobre o aborto. 

Mas Lula parece que não aprendeu com a lição das urnas. Ontem, em meio a uma campanha que periga transformar-se em uma guerra religiosa, teve a ousadia de dizer em cima de um palanque que foi Deus quem derrotou os políticos que acabaram com a CPMF. Nomeou-se, assim, um intermediário divino no seu "acerto de contas". 

O fato é que a 15 dias da eleição o resultado é imprevisível, e a média das pesquisas, embora mantenha uma ligeira vantagem para Dilma Rousseff, mostra que as curvas estão se aproximando e o empate técnico é o resultado que melhor reflete a situação atual. 

Com uma desvantagem para a candidata oficial: ela vem perdendo posições em praticamente todas as regiões do país, e só ganha no Nordeste, que representa 29% do eleitorado brasileiro, por uma boa diferença, de cerca de 30 pontos (60,1% a 31,1%). 

Mas o resultado do primeiro turno foi melhor para ela: 61,63% contra 21,48% de Serra e 16,14% de Marina. Isso quer dizer que Serra cresceu 10 pontos na região, e ainda existem cerca de 6 pontos de Marina sendo disputados. 


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