Ministério: a ‘quantidade’ chega antes da ‘qualidade’
Começou cedo a encrenca da formação do “novo” ministério. Dilma Rousseff promete nomes de qualidade. Mas a discussão começou pela quantidade.
Forma-se ao redor da presidente eleita um sólido consenso: tomado pelo crescimento que arrancou das urnas, o PSB precisa ser “premiado”.
Na mesma linha de raciocínio, o encolhimento eleitoral do PMDB teria de ser refletido no tamanho que a legenda exibe na Esplanada.
Sob Lula, o PSB do governador pernambucano Eduardo Campos controla duas pastas “periféricas”: Ministério da Ciência e Tecnologia e Secretaria de Portos.
O PMDB do vice-presidente eleito Michel Temer gere cinco ministerões: Integração Nacional, Agricultura, Comunicações, Saúde e Defesa.
Sem contar o apadrinhamento do ministro e o controle de generosos nichos das Minas e Energia (uma diretoria da Petrobras e várias posições no setor elétrico).
No alvorecer do vaivém de cadeiras, passou-se a cogitar a transferência da Integração Nacional do PMDB para o PSB, que reivindica ao menos três pastas.
Excluído da primeira reunião de transição de governo, realizada nesta segunda (1º), na casa de Dilma, o partido de Temer já farejou o cheiro de queimado.
Como os interesses em jogo são maiores que o tamanho da Esplanada, uma hora Dilma terá de exercer as atribuições para as quais foi eleita.
Os dez partidos que integram a megacoligação vitoriosa enxergam na nova presidente a Dilma boazinha vendida na propaganda eleitoral.
Porém, a resolução da encrenca ministerial vai exigir a presença daquela Dilma malvada da fase pré-eleitoral.
Escrito por Josias de Souza
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