Renan cogita ocupar de novo presidência do Senado
Devolvido a Brasília pelos eleitores de Alagoas, Renan Calheiros cogita concorrer novamente à Presidência do Senado.
Dono da maior bancada –19 senadores—, o PMDB, partido de Renan, tem o direito regimental de indicar o substituto de José Sarney.
Por ora, Renan não formalizou a pretensão. Mas, nos subterrâneos, emitiu sinais de que incluiu o comando do Senado nos seus planos.
Se quisesse, Sarney poderia pleitear o posto pela quarta vez. Porém, já informou que não o fará. E foi tomado a sério.
Além de Renan, frequenta a lista de alternativas do PMDB o senador maranhense Edison Lobão, do grupo de Sarney.
Porém, se Renan evoluir da mera cogitação para uma candidatura formal, Lobão deve ser indicado pelo PMDB para o ministério de Dilma Rousseff.
Iria ao rol de “ministeriáveis” do partido, com o apoio de Renan e de Sarney, para a pasta de Minas e Energia, que já gerenciou sob Lula.
A ambição de Renan sujeita o “novo” Senado ao convívio com uma presidência que, em 2007, terminou em crise.
No comando do Senado, Renan foi alvejado por um cipoal de denúncias –do pagamento da pensão do filho por uma empreiteira à boiada sobreavaliada.
Renunciou ao cargo. Julgado pelo plenário, livrou-se da cassação numa votação espremida –40 votos pela absolvição, 35 pela degola e 6 abstenções.
A hipótese de retorno é visto por um pedaço do próprio PMDB como problema. Receia-se pela volta da atmosfera de crise em pleno alvorecer da gestão Dilma Rousseff.
O grupo de Renan parece dar de ombros para as apreensões. O partidário do senador que conversou com o blog construiu uma analogia.
Comparou o Renangate com o Caseirogate. Disse: O Antonio Palocci (PT-SP) é apontado para o ministério de Dilma e ninguém vê problema.
Perguntou: Por que o Renan não pode presidir o Senado?
Esmiuçou o raciocínio: Todo mundo diz que Palocci foi absolvido pelo STF. Ora, o Renan não foi nem acusado. Muito menos condenado.
O repórter perguntou: Mas, afinal, Renan vai disputar a presidência do Senado?
E o interlocutor: Isso é assunto para fevereiro. Se você perguntar, ele dirá que não. Mas, até lá, ele pode querer. Se quiser, tem o direito. Não há nada que impeça.
Escrito por Josias de Souza
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