Os mapas com a precisão que distorce a realidade
O Estadão, papel e online, tem publicado uns mapas bastante interessantes com a distribuição dos votos, aqueles que tingem o país de vermelho (PT) e azul (PSDB). Este, por exemplo, seria um retrato do Brasil considerando-se a vitória de Dilma e Serra nos municípios.Qual é o problema dessa imagem como retrato da realidade? Transforma mato em eleitor. O deserto populacional amazônico, por exemplo, é petista. E ocupa, como se nota, uma boa área do território brasileiro. Quem, olhando o que vai acima, poderia supor que a oposição ficou a pouco mais de seis pontos de atingir metade dos votos? Trata-se, literalmente, de uma geografia eleitoral — só que é uma geografia físico-eleitoral.
O mesmo se dá com a cidade de São Paulo, como se nota:As regiões eleitorais mais densamente povoadas, que, em regra, votaram azul, perdem em território para as menos povoadas, que votaram vermelho. Assim, no Brasil como um todo, o PT, com uma maioria de votos (56,05% a 43,95%), parece dominar o país numa proporção muito maior do que seus votos de verdade. Na cidade de São Paulo, onde perdeu (46,36% a 53,64%), parece igualmente liderar.
Manipulação deliberada ou coisa assim? Não! Trata-se apenas de um critério ruim, mas que compõe uma leitura da realidade um tanto distorcida que tem marcado boa parte da imprensa: resiste-se em admitir que a oposição teve um desempenho superior ao que era esperado. Esses mapas parecem sugerir que os azuizinhos estão sendo tragados pelos vermelhinhos. Considerando-se as eleições de 2002 e 2006, o que se tem é um movimento contrário.
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