Demissão de Erenice é jogada de alto risco
Ao substituir sua ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, a poucos dias da sucessão presidencial de 3 de outubro, o governo adotou uma operação de alto risco.
Havia duas opções sobre a mesa:
1) não demitir e apostar no voto cristalizado pró-Dilma: a ideia geral por trás dessa tática era a de que a massa de eleitores que hoje declara votos na candidata do PT (51%) não se deixaria contaminar pelo noticiário a respeito de Erenice e as suspeitas de lobby na Casa Civil.
Argumento a favor: só a mídia está falando disso e o assunto não chegará com clareza à maioria do eleitorado.
Argumento contra: não se sabe o que vem por aí. Erenice parece não ter também controle total sobre seus parentes. É um risco mantê-la no cargo e estourar algo mais grave na véspera da eleição.
2) demitir e tentar estancar o caso: como está muito obscuro o tipo de atividade dos familiares de Erenice, é melhor trocar a ministra de uma vez e retirar o caso do noticiário.
Argumento a favor: com a demissão, haverá uma repercussão inicial ruim, mas o assunto tende a diminuir sua visibilidade na mídia em 5 ou 10 dias.
Argumento contra: a repercussão será péssima. A ministra demitida, sob suspeita de graves irregularidades, era braço-direito de Dilma durante vários anos no governo. A escolha de Erenice para ficar na Casa Civil, em abril, teve participação da hoje candidata a presidente pelo PT. As acusações não tendem a diminuir só porque a ministra está fora da cadeira.
Como se sabe, prevaleceu o argumento do item 2, segundo o qual agora “o caso vai morrer”.
Mas o caso vai mesmo morrer? Hoje e nos próximos dias, certamente não.
Haverá impacto eleitoral? Possivelmente não, pois a exemplo do episódio da quebra de sigilos fiscais de tucanos, esse novo escândalo é complexo e de difícil compressão (post abaixo).
Só as próximas pesquisas, daqui a uma semana, poderão dizer se opção de Lula e do governo foram boas ou ruins do ponto de vista eleitoral para Dilma.
Havia duas opções sobre a mesa:
1) não demitir e apostar no voto cristalizado pró-Dilma: a ideia geral por trás dessa tática era a de que a massa de eleitores que hoje declara votos na candidata do PT (51%) não se deixaria contaminar pelo noticiário a respeito de Erenice e as suspeitas de lobby na Casa Civil.
Argumento a favor: só a mídia está falando disso e o assunto não chegará com clareza à maioria do eleitorado.
Argumento contra: não se sabe o que vem por aí. Erenice parece não ter também controle total sobre seus parentes. É um risco mantê-la no cargo e estourar algo mais grave na véspera da eleição.
2) demitir e tentar estancar o caso: como está muito obscuro o tipo de atividade dos familiares de Erenice, é melhor trocar a ministra de uma vez e retirar o caso do noticiário.
Argumento a favor: com a demissão, haverá uma repercussão inicial ruim, mas o assunto tende a diminuir sua visibilidade na mídia em 5 ou 10 dias.
Argumento contra: a repercussão será péssima. A ministra demitida, sob suspeita de graves irregularidades, era braço-direito de Dilma durante vários anos no governo. A escolha de Erenice para ficar na Casa Civil, em abril, teve participação da hoje candidata a presidente pelo PT. As acusações não tendem a diminuir só porque a ministra está fora da cadeira.
Como se sabe, prevaleceu o argumento do item 2, segundo o qual agora “o caso vai morrer”.
Mas o caso vai mesmo morrer? Hoje e nos próximos dias, certamente não.
Haverá impacto eleitoral? Possivelmente não, pois a exemplo do episódio da quebra de sigilos fiscais de tucanos, esse novo escândalo é complexo e de difícil compressão (post abaixo).
Só as próximas pesquisas, daqui a uma semana, poderão dizer se opção de Lula e do governo foram boas ou ruins do ponto de vista eleitoral para Dilma.
Fernando Rodrigues
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