Quase metade dos alunos brasileiros de 15 anos não atinge nível básico de leitura no Pisa
Ana Okada
Em São Paulo
Apesar de o país ter atingido a média de 412 pontos em leitura no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009 - o que equivale ao nível 2 de proficiência - 49,6% dos 20 mil brasileiros avaliados estão em níveis de proficiência menores. O nível 2 é considerado como básico ou moderado pelo exame.
O objetivo de instrução de leitura definido pelo exame é o de "entendimento, uso, reflexão sobre e interesse por textos escritos, para que se possa obter resultados, para que seja possível desenvolver conhecimentos e potenciais e para participar da sociedade".
Dos 31 países que participaram do Pisa mas não são membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), 18 também atingiram média de proficiência 2. Dos membros da OCDE, somente México, Chile e Turquia também tiveram média em leitura 2. O exame avaliou, ao todo, 470 mil estudantes de 15 anos de 65 países em literatura, matemática e ciências.
As notas dos países foram separadas em 7 conceitos:
Dos 31 países que participaram do Pisa mas não são membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), 18 também atingiram média de proficiência 2. Dos membros da OCDE, somente México, Chile e Turquia também tiveram média em leitura 2. O exame avaliou, ao todo, 470 mil estudantes de 15 anos de 65 países em literatura, matemática e ciências.
As notas dos países foram separadas em 7 conceitos:
- 1b, 1a (baixo);
- 2 e 3 (moderado);
- 4 (forte);
- 5 e 6 (melhores).
Considerando a primeira nota de leitura do país no exame - em 2000 o Brasil obteve 396 - tivemos um avanço de 16 pontos. Ainda assim, dentre os 65 avaliados, estamos na 53º posição. O maior avanço de notas entre as disciplinas avaliadas - leitura, matemática e ciências - ocorreu em matemática, com 52 pontos (foi de 334, em 2000, para 386 em 2009). O crescimento brasileiro na década (33 pontos) foi o terceiro melhor entre os países participantes desde 2000.
Para o membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos, é preciso acelerar esses avanços. “O Brasil melhorou, não podemos deixar de reconhecer. Mas essa melhora tem sido lenta. O Brasil foi um dos que mais cresceram na década, mas a gente estava na rabeira”, comparou Ramos, que é também conselheiro do Movimento Todos pela Educação.
O que o estudante do nível 2 sabe
No nível 2, o estudante "começa a demonstrar conhecimentos de leitura que o possibilitam a participar efetivamente e produtivamente da vida". Algumas tarefas deste nível pedem do estudante que localize uma ou mais informações, que talvez devam ser inferidas e talvez devam ser determinadas de acordo com as condições.
Outras tarefas pedem reconhecimento da ideia principal do texto, entendimento de relações ou construção de significado por uma parte limitada do texto, quando a informação não é a mais importante e o leitor precisa fazer pequenas deduções. Tarefas desse nível talvez peçam comparação ou contraste de um aspecto específico do texto.
Tarefas que exijam reflexão pedem que os leitores façam comparação entre diversas conexões entre o texto e o conhecimento exterior, baseado em experiências pessoais. Segundo o Pisa, o aluno que não atingiu esse nível terá dificuldades nas tarefas descritas acima.
O que é o Pisa
O Pisa busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países membro da OCDE quanto de países parceiros. Essa é a quarta edição do exame, que é corrigido pela TRI (Teoria de Resposta ao Item). O método é utilizado também na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): quanto mais distante o resultado ficar da média estipulada, melhor (ou pior) será a nota.
A avaliação já foi aplicada nos anos de 2000, 2003 e 2006. Os dados divulgados hoje foram baseados em avaliações feitas em 2009, com 470 mil estudantes de 65 países. A cada ano é dada uma ênfase para uma disciplina: neste ano, foi a vez de leitura.
Dentre os países membros da OCDE, estão Alemanha, Grécia, Chile, Coreia do Sul, México, Holanda e Polônia, dentre outros. Dentre os países parceiros, estão Argentina, Brasil, China, Peru, Qatar e Sérvia, dentre outros.
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